Desempenho da Petrobras no 4T20
MENSAGEM DO PRESIDENTE Srs acionistas, Em meio à severa recessão global e aos efeitos de um grande choque na indústria de petróleo, nós prometemos estruturar uma recuperação em J. A meta era sair da crise melhor que antes. Nós entregamos nossas promessas. Estamos muito orgulhosos do time pela resposta rápida e eficiente à crise do petróleo. Nossos funcionários trabalharam incansavelmente para vencer, o pessoal administrativo nas suas casas e o pessoal operacional nas refinarias, plantas e plataformas de petróleo e gás no mar. A execução da estratégia lançada em janeiro de 2019 foi acelerada, assim como a transformação digital para dar suporte aos esforços para reduzir custos e melhorar a eficiência e a segurança operacional. O trabalho de times ágeis e multidisciplinares foi decisivo para alavancar nossos principais recursos e melhorar a resiliência. Nossa produção de óleo e de óleo e gás alcançou recordes históricos de 2,28 MMbpd e 2,84 MMboed, respectivamente, enquanto grande parte de nossos competidores globais mostrou redução na produção. A maior parte da nossa produção – cerca de 66% – veio dos campos do pré-sal, com um lifting cost médio de US$ 2,5/boe. Isso também significa óleos de melhor qualidade vendidos a prêmio em relação ao Brent, bem como menores emissões de gases de efeito estufa (GEE). O lifting cost total médio, de US$ 5,2/boe em 2020, caiu 42.2% em relação à média de 2015-2019, de US$9.0/boe. Nossas exportações de petróleo e óleo combustível também alcançaram recordes históricos. As vendas de petróleo cresceram 33% e as marcas Tupi e Búzios foram consolidadas com clientes asiáticos. Nosso time de vendas e marketing está desenvolvendo iniciativas para diversificação geográfica e por cliente. Em 2020, foram capazes de adicionar 14 novos clientes à clientela. Exportações de óleo combustível subiram 45,9%, principalmente devido à bem-sucedida exportação de óleo combustível de baixo teor de enxofre para o mercado de Cingapura, um hub marítimo global. Novas e bem-sucedidas incursões foram realizadas nas vendas de nafta, propano, etano e coque. Enquanto os preços de petróleo derreteram 35%, nosso fluxo de caixa operacional (FCO) cresceu 13% e o fluxo de caixa livre (FCL) 20%. Nosso FCO alcançou US$ 28,9 bilhões, o maior dos últimos 10 anos, mesmo comparando com o período de preços de petróleo por volta de US$ 100/bbl, mais que o dobro do preço médio do ano passado, de US$ 42/bbl. Quando nos comparamos com as grandes empresas globais de petróleo (majors), a Petrobras é a única que mostrou aumento em um ambiente tão desafiador. O FCL de US$ 22,1 bilhões (US$ 24,1 bilhões se forem incluídos os desinvestimentos) foi um marco histórico para nossa companhia. Foi o maior dentre as majors, e quase oito vezes maior que a média deste grupo, de US$ 2,8 bilhões. Consistente com o foco em meritocracia e criação de valor, nós começamos a implementação do EVA® como sistema de gestão em 2019. A força da geração de caixa e uma alocação mais eficiente de capital foram os fatores preponderantes para o aumento de US$ 2,3 bilhões no EVA® em relação a 2019. A forte geração de caixa nos permitiu continuar a desalavancar nosso balanço. A dívida total foi reduzida em US$ 11,6 bilhões, para US$ 75,5 bilhões, de US$ 87,1 bilhões em 31 de dezembro de 2019, outra grande conquista. A dívida líquida de US$ 63,2 bilhões no fim de 2020 caiu US$ 15,7 bilhões em relação à posição de 31 de dezembro de 2019. O caixa de US$ 12,4 bilhões ainda está acima do nível ótimo. Este deve ser reduzido ao longo do tempo para melhorar a eficiência da alocação de capital à medida que aparecem oportunidades atrativas para pré-pagamentos de dívidas. A redução da dívida e menores custos da dívida contribuíram para uma queda substancial das despesas de juros. Por exemplo, a métrica juros pagos por barril de óleo produzido foi de US$ 3,80 em 2020, contra US$ 7,80 em 2015 – uma queda de 51% - e contra a média de US$ 7,70 no período 2015-2019. O total de juros pagos, de US$ 3,2 bilhões em 2020, representa uma mudança drástica, quando comparada aos altos pagamentos de mais de US$ 7,0 bilhões por ano no passado recente, equivalente a mais que o CAPEX requerido para construir um sistema de produção offshore com capacidade para produção de 150-180.000 bpd. Menores endividamento e pagamentos de juros são fundamentais para melhorar a percepção de risco e liberar recursos a serem investidos em ativos de classe mundial, particularmente em um negócio de capital intensivo como o de petróleo. O retorno total para o acionista Petrobras tem sido muito fraco ao longo dos últimos anos. Tendo em vista a forte performance de geração de caixa e a contínua redução da dívida, estamos propondo ao Conselho de Administração a distribuição de R$ 10,3 bilhões em dividendos – R$ 0,787446 por ação ordinária e preferencial - , ainda relativamente modesto, mas mais que o dobro do mandatório para o ano contábil de 2020. O pagamento dos dividendos está agendado para o dia 29 de abril. Os gastos operacionais gerenciáveis caíram para US$ 16,9 bilhões, contra US$ 21,8 bilhões em 2019, e despesas gerais e administrativas foram US$ 1,0 bilhão menores, para US$ 1,1 bilhão, contra US$ 2,1 bilhões. Lifting costs caíram 33% na comparação anual, de US$ 7,8/boe para US$ 5,2/boe. 63 plataformas de petróleo foram hibernadas devido à baixa produtividade e altos custos operacionais. Nós conseguimos cortar custos com operações aéreas, de armazenagem, marítimas e portuárias. Ao mesmo tempo, as operações ship-to-ship, realizadas pela nossa subsidiária integral Transpetro, cresceram 66% em relação a 2019 e a disponibilidade de navios aumentou para 99,2% no 2S20, contra 90% em dezembro de 2019. A Transpetro vendeu 11 navios, a maior parte dos quais com mais de 30 anos, e que demandam custos de manutenção mais altos. A companhia está tomando ações para otimizar a gestão dos estoques. O estoque foi reduzido, alcançando o menor nível desde 2011, e o estoque de petróleo caiu 8 milhões de barris em um movimento para eliminar ineficiências e realocar capital para melhores usos. Da mesma forma, colocamos à venda algo como 50.000 toneladas de sucata e 550 ativos mobiliários. Mais de 11.000 funcionários da Petrobras e suas subsidiárias se inscreveram em vários programas de desligamento voluntário, dos quais 6.100 deixaram a empresa em 2019 e 2020 e 5.000 sairão a partir de 2021. Quase 1.500 posições gerenciais foram eliminadas, o uso de recursos internos foi adotado para reduzir custos e o uso da transformação digital e da automação reduziram a demanda por serviços terceirizados. O plano de saúde, antes uma fonte de altos custos e serviços ruins, está sendo reestruturado, perseguindo ganhos de eficiência, menores custos e serviços muito melhores. O fundo de pensão (PETROS) de nossos funcionários tinha um déficit de mais de R$ 30 bilhões devido à má gestão do passado. Foi contratada uma gestão profissional e um novo plano de cobertura de déficits foi aprovado e implantado em 2019. Em janeiro de 2021, um plano de contribuição definida foi aprovado pelos órgãos reguladores. Portanto, PETROS é agora muito mais saudável do que era no passado recente. Vários prédios administrativos foram fechados, totalizando 14 de 23 ocupados no início de 2019. O número de escritórios fora do país caiu para quatro, eram 18 em 2018. Ao mesmo tempo, o número de expatriados por escritório foi reduzido significativamente. A racionalização de espaços para reduzir custos vem sendo facilitada pela redução do número de funcionários e pela adoção de um regime híbrido de teletrabalho, quando nos sentirmos confiantes para retornar aos escritórios. Novas formas de trabalhar são necessárias para sobreviver e prosperar em um mundo movido pela tecnologia. Por exemplo, custos de viagens caíram US$ 40 milhões em comparação com 2019. Grande parte dessa redução será permanente no mundo pós-COVID. Nossa universidade corporativa foi restruturada para se tornar mais enxuta, com programas de treinamento alinhados às prioridades estratégicas da companhia. Um programa de sucessão de líderes começou, suportado pela formação de uma nova geração de líderes e mentorias. O custo de extração do petróleo caiu US$ 2,0 bilhões, para US$ 4,7 bilhões em 2020, de US$ 6,7 bilhões no ano anterior. O custo de refino também reduziu para US$ 1,1 bilhão, de US$ 1,5 bilhão. A fim de endereçar nossa meta de redução de capital de giro, lançamos o Programa Mais Valor em novembro no ano passado. Esse programa irá beneficiar tanto fornecedores – por meio de financiamento bancário com menores taxas – quanto a Petrobras – com maiores prazos para pagar pela compra de bens e serviços. Desde janeiro de 2019 concluímos 21 transações e tivemos outras 13 assinadas, envolvendo desinvestimentos no montante de aproximadamente US$ 17 bilhões de entrada de caixa, sendo US$ 14,4 bilhões naquele ano. A BR Distribuidora foi o primeiro caso de privatização de uma empresa estatal por meio do mercado de capitais. Os fluxos de desinvestimentos foram um fator-chave para financiar a aquisição de Búzios (excedente da Cessão Onerosa), o maior campo de óleo offshore do mundo, em novembro de 2019. Duas fábricas de fertilizantes foram alugadas para uma empresa química por meio de um contrato de longo prazo, nossa subsidiária ANSA foi fechada e nossas duas empresas de distribuição de gás natural no Uruguai tiveram suas licenças de operação devolvidas ao governo uruguaio permitindo que a Petrobras deixasse o negócio. Atualmente, ainda temos mais de 50 ativos à venda em diferentes estágios em seus processos de desinvestimento. Cinco refinarias, Gaspetro e vários campos maduros de petróleo chegaram à etapa final para a assinatura dos contratos de compra e venda. O programa de desinvestimento tem por objetivo otimizar o portfólio, permitindo a realocação de recursos de ativos de baixo retorno para ativos de alto retorno, a redução da dívida e do risco da companhia. Nos últimos dois anos investimos US$ 35 bilhões, a maior parte em exploração e produção de óleo e gás natural em águas profundas e ultra-profundas, nosso principal negócio. Em 2020 entrou em operação a P-70 no campo de Atapu e a P-77 (Búzios) e P-67 (Tupi) concluíram seus ramp-ups. Nos últimos dois anos, os custos de perfuração e completação de poços foram reduzidos em 36%. Passamos a utilizar novas ferramentas de inspeção de dutos submarinos para viabilizar a redução de custos e aumentar a produção de petróleo. O projeto básico para uma nova geração de FPSOs foi finalizado. Treze novos FPSOs entrarão em produção entre esse ano e 2025, oito deles já estão sendo construídos. O HISEP® é um desses projetos em estágio avançado. Permite a separação e reinjeção de CO2 no fundo do mar, contribuindo para reduzir os custos de Capex e Opex e as emissões de GEE. Se bem-sucedidos, esses projetos melhorarão a resiliência de nosso portfólio para preços muito baixos de petróleo, permitindo a exploração de novos campos de pré-sal com altas concentrações de CO2, além de criar uma operação de óleo e gás mais limpa. A tecnologia de digital twins foi implementada de forma bem-sucedida em nossas refinarias e um programa está sendo executada para alcançar um aumento significativo de eficiência energética. A energia é um dos maiores componentes do custo de refino e nossa meta é reduzir custos e emissões de GEE. Refletindo nosso foco no cliente, um novo tipo de gasolina com melhor performance (RON 93) foi lançado. A produção e as vendas de diesel S-10 com baixo teor de enxofre foram ampliadas no ano passado e estamos aguardando a licença governamental para iniciar a produção e as vendas de diesel renovável. Este produto reduz as emissões de GEE em 70% em relação ao diesel regular, 15% quando comparado ao biodiesel e é muito mais amigável aos motores. Este será o primeiro produto de uma nova linha de biocombustíveis, que inclui bio QAV. Para ampliar o menu de opções para clientes, o time de vendas e marketing está conduzindo leilões para a entrega futura de combustíveis em alguns locais específicos. A segurança de nossas operações e funcionários é uma de nossas prioridades estratégicas. A taxa de acidentes registráveis por milhões de homens/hora contínua em trajetória decrescente, alcançando 0,56 em 2020, estabelecendo um novo benchmark para a indústria de óleo global. Pela primeira vez em muitos anos, não tivemos fatalidades em nossas operações. Desde o início da pandemia provocada pela COVID-19 adotamos protocolos estritos para proteger a saúde de nossos empregados, a adoção de teletrabalho para o pessoal administrativo até 30 de junho de 2021, a redução dos times nas operações, testes massivos (520.000 testes até fevereiro), quarentenagem, uso de EPIs e disponibilidade de serviços médicos 24h, sete dias por semana, incluindo telemedicina e ambulâncias aéreas. A Petrobras também ajudou na luta contra os efeitos da pandemia na sociedade brasileira por meio de doação de testes, materiais hospitalares e de higiene, combustível para ambulâncias e veículos hospitalares, comida para famílias de baixa renda e capacidade computacional para suportar esforços de pesquisas. Nossa agenda social adquiriu foco em educação da primeira infância, um investimento com alto retorno social esperado. Atualmente, nossos programas estão assistindo mais de 25.000 crianças. Em janeiro deste ano demos o primeiro passo para esse novo programa, Educação Digital para Prosperidade, com a doação de 250 laptops a escolas públicas de comunidades de baixa renda. O plano, em parceria com organizações não-governamentais e duas grandes companhias, tem um escopo maior, de doar até 15.000 computadores com aceso à internet para centros de treinamento de professores de escolas públicas elementares e para estudantes de escolas públicas de ensino médio. A transformação digital foi acelerada, suportada por treinamento, transformação cultural e uma melhora significativa de infraestrutura. Alto poder de capacidade computacional está aumentando de 60 Pflops em 2021, de apenas 3 Pflops em 2018, para 60 Pflops em 2021, o que é fundamental para a resolução de algoritmos mais complexos, aprendizado de máquina (machine learning) e inteligência artificial. Ao mesmo tempo, estamos implementando o SAP S/4 Hana para simplificar, digitalizar e integrar processos de modo a permitir ganhos de produtividade por toda a companhia. Para estimular o empreendedorismo criamos um programa interno de start-ups chamado “Santo de casa faz milagres”. Nosso centro de pesquisas, o CENPES, o maior da América Latina, foi reformulado para se tornar muito mais integrado aos objetivos estratégicos da empresa por meio da otimização do portfólio de projetos de P&D, parceria com empresas start-up e utilização de disponibilidade comercial e outros instrumentos. A transição energética é algo a ser levado a sério. Acreditamos fortemente que, como a maior empresa de petróleo da América Latina, uma de nossas funções é contribuir para um processo responsável de transição. O petróleo e o gás natural ainda são a espinha dorsal da economia moderna e continuarão a ser relevantes por muitos anos, embora a demanda global tenda a crescer a um ritmo mais lento e decrescente ao longo do tempo. A Petrobras lançou dez compromissos de sustentabilidade com o objetivo de minimizar as emissões de GEE, aumentar a captura e armazenamento de carbono e o reúso de água, além de buscar inovações para lidar com as emissões de escopo 3 e a pesquisa de novas fontes de energia. A empresa conseguiu diminuir as emissões totais de GEE pelo sexto ano consecutivo, totalizando 56 milhões de tCO2e, uma redução de 6% em relação a 2019, e compatível com nossa meta de reduzir esse total em 25% até 2030, comparado a 2015. A intensidade do carbono atingida pelo E&P foi de 15,8 kgCO2e / boe em 2020, a caminho de atingir nossa meta de médio prazo de 15 kgCO2e / boe em 2025. A intensidade de carbono do refino foi de 40,2 kgCO2e / CWT, uma redução de 3,6% em relação a 2019. Ainda é muito alta. Estamos trabalhando muito para convergir para 30 kgCO2e / CWT até 2030. As principais fontes de desenvolvimento econômico são as empresas. Uma vez que criam valor para o acionista, têm recursos para financiar investimentos, pagar salários mais altos, criar empregos ao longo da cadeia de valor, investir em projetos sociais e proteger o meio ambiente das mudanças climáticas e pagar impostos. A Petrobras é a maior pagadora de tributos do Brasil. Diante dos preços baixos do petróleo e da contração da demanda, pagamos R$ 129 bilhões ao governo em 2020, totalizando R$ 375 bilhões nos últimos dois anos. Nosso objetivo é nos tornarmos a melhor empresa de óleo e gás do mundo, criando valor com respeito às pessoas e ao meio ambiente, com foco na segurança e continuando a ser um fornecedor confiável de produtos de alta qualidade para nossos clientes. Gostaria de expressar nossa solidariedade a todos aqueles que sofreram as terríveis dores causadas pela pandemia e elogiar os médicos e cientistas que foram verdadeiros heróis na batalha pela preservação das vidas humanas. Meu reconhecimento ao nosso Conselho de Administração pelo importante papel e contínuo apoio à execução da estratégia nesta jornada. Por último, mas não menos importante, as pessoas são o bem mais valioso da Petrobras. Nossos executivos e funcionários não mediram esforços nos piores momentos de uma recessão profunda para manter o navio em segurança em águas turbulentas. Obrigado! Para acessar o relatório completo clique aqui Petróleo Brasileiro S.A - PETROBRAS - Relações com Investidores Este documento pode conter previsões, Segundo o significado da Seção 27ª da Lei de Valores Mobiliários de 1933, conforme alterada (Lei de Valores Mobiliários) e Seção 21E da lei de Negociação de Valores Mobiliários de 1934, conforme alterada (Lei de Negociação) que refletem apenas expectativas dos administradores da Companhia. Os termos "antecipa", "acredita", "espera", "prevê", "pretende", "planeja", "proteja", "objetiva", "deverá", bem como outros termos similares , visam a identificar tais previsões , as quais, evidentemente , envolvem riscos ou incertezas previstos ou não pela Companhia. Portanto, os resultados futuros das operações da Companhia podem diferir das atuais expectativas e o leitor não deve se basear exclusivamente nas informações aqui contidas. |
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